Ilustrativo - Palestinos recebem pacotes de alimentos do Programa Mundial de Alimentos (WFP) das Nações Unidas, em Deir al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, em 10 de setembro de 2024. (Foto: Abed Rahim Khatib/Flash90)
Em Gaza, estão ocorrendo saques extensos e organizados, impedindo que os civis recebam a ajuda que lhes é enviada de todo o mundo, informou o New York Times (NYT) na segunda-feira.
O funcionário da ONU Georgios Petropoulos, que está sediado em Rafah, disse ao NYT que a situação se transformou em um “saque sistemático, tático, armado e de um sindicato do crime”.
O relatório cita vários motivos para explicar por que os saques aumentaram tanto.
Por um lado, “as Nações Unidas não permitem que os soldados israelenses protejam os comboios de ajuda, temendo que isso comprometa sua neutralidade” e, em vez disso, pede que Israel permita que a polícia de Gaza proteja os comboios.
No entanto, as Forças de Defesa de Israel (IDF) não consideram a polícia de Gaza como uma entidade distinta do Hamas e, portanto, a força policial na Faixa de Gaza diminuiu muito devido ao fato de as IDF terem como alvo o Hamas em todas as suas formas.
Embora a United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East (UNRWA) tenha conseguido entregar ajuda por meio de uma rota controlada pela IDF ao longo da fronteira entre Gaza e Egito, ela disse que não pode mais fazer isso pela passagem de Kerem Shalom, pois ela se tornou muito perigosa devido à grande quantidade de saques.
O NYT informou ainda que esses alimentos são vendidos por saqueadores a preços altos, exacerbando a fome e o desespero dos moradores de Gaza, já que “centenas de caminhões de ajuda humanitária estão se acumulando na passagem, em parte porque os grupos de ajuda temem que sejam saqueados”.
Petropolous culpou a IDF por permitir os saques, dizendo que “as Forças de Defesa de Israel continuam tolerando quantidades inaceitáveis de saques em áreas que estão ostensivamente e de fato sob seu controle militar”.
No entanto, um porta-voz das IDF disse ao NYT que as IDF têm como alvo os saqueadores armados.