Arqueólogos escavando em Megido, no norte de Israel, em 2022. (Foto cortesia da Expedição Megiddo)
Arqueólogos Israelenses descobriram o que eles acreditam ser a primeira evidência arqueológica da épica batalha bíblica entre o rei Josias da Judéia e o Faraó Egípcio Necho.
A batalha ocorreu em Megido, no norte de Israel, durante esse período, e é mencionada no Segundo Livro dos Reis. É o mesmo local geral da profetizada batalha do Armagedom no Livro do Apocalipse.
O Prof. Israel Finkelstein, diretor da Escola de Arqueologia e Culturas Marítimas da Universidade de Haifa e diretor da Expedição Megiddo, explicou a importância de Megiddo no antigo Oriente Próximo.
“Megiddo é o único local em Israel e nos países vizinhos mencionado na Bíblia e em todos os grandes registros do antigo Oriente Próximo”, disse Finkelstein.
O Dr. Assaf Kleiman, da Universidade Ben Gurion, membro sênior da equipe da Expedição Megiddo, colocou a descoberta arqueológica em um contexto bíblico.
“É importante observar que há muito tempo já se suspeitava do restabelecimento do local como uma fortaleza Egípcia no final do século VII a.C., principalmente com base em um versículo bíblico no Livro dos Reis, que descreve a execução de Josias em Megido pelo Faraó Necho”, avaliou Kleiman.
Ele admitiu que a equipe arqueológica ficou inicialmente surpresa com a grande quantidade de cerâmica Egípcia antiga na área.
“Como a cerâmica Egípcia do final da Idade do Ferro nunca foi encontrada antes em Megido, no início de nossa pesquisa, ficamos um pouco confusos com a grande quantidade de vasos brutos no local.”
"No entanto, devido à sua morfologia distinta e ao uso de palha no processo de produção desses vasos, suspeitamos de uma origem Egípcia. Nossa suspeita foi confirmada pela análise petrográfica, um método usado para localizar o local de produção de artefatos antigos”, acrescentou Kleiman.
Além da grande quantidade de cerâmica Egípcia antiga, a equipe arqueológica também descobriu vasos do leste da Grécia.
“Sabemos da existência desses mercenários a serviço do Egito naquela época, tanto por fontes textuais Gregas quanto Assírias”, revelou Finkelstein.
"Há várias pistas na Bíblia sobre a participação de Lídios da Anatólia ocidental no assassinato de Josias. Uma delas é a história de Gog; alguns estudiosos acham que Gog se refere a Gyges, o rei da Lídia que, de acordo com os Assírios, enviou mercenários para servir no exército Egípcio no século VII a.C.”, continuou ele.
Finkelstein explicou melhor a profecia de Gogue e Magogue, que é mencionada no Novo Testamento: “O Livro das Revelações, no Novo Testamento, refere-se a uma batalha escatológica entre as forças de Deus e as forças do mal no Armagedom - uma deturpação, em grego, de Har Megiddo - o Monte/Montanha de Megiddo."
“Talvez a ideia teológica por trás disso seja que um salvador da linhagem de Davi retornará no local onde o último e mais justo Rei Davídico [Josias] morreu”, acrescentou.
O líder da equipe arqueológica revelou que o local de Megido foi escavado em quatro ocasiões diferentes desde o início do século XX.
“Megido foi escavado por quatro expedições, começando no início do século 20”, afirmou Finkelstein. “As escavações anteriores não tiveram acesso a métodos e técnicas modernas e, portanto, muitos dos resultados foram contestados.”
A área de Megiddo é rica em história arqueológica. Em fevereiro de 2024, uma equipe liderada pela Autoridade de Antiguidades de Israel escavou um acampamento de legião Romana aos pés de Tel Megiddo.