Membros das Brigadas Al-Qassam entregam reféns Israelenses à Cruz Vermelha, como parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em Rafah, em 22 de fevereiro de 2025. (Foto: Abed Rahim Khatib/Flash90)
Na manhã de quinta-feira, o Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, participou de uma conferência dos chefes dos conselhos regionais na Judeia e Samaria, onde discutiu uma variedade de questões de segurança que a nação enfrenta.
Na conferência, Katz disse que ele e o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu estão “avançando em um plano de defesa das fronteiras e proteção dos assentamentos”.
Uma parte importante desse plano envolve a criação de zonas de segurança entre as comunidades Israelenses e os inimigos, além de impedir que “organizações extremistas... se posicionem ao lado das fronteiras de Israel”.
Katz abordou o conturbado cessar-fogo com a organização terrorista Hamas, dizendo que Israel não concordou com o acordo de cessar-fogo “porque nos faltava munição ou porque os soldados estavam exaustos. Pedimos um cessar-fogo por um único motivo - porque queremos trazer de volta os reféns vivos e aqueles que não estão mais vivos”.
No entanto, apesar do cessar-fogo, Katz observou que Israel estava se preparando para os ataques do Hamas.
“Estamos preparados defensivamente porque, mesmo durante o cessar-fogo, recebemos informações de que eles estão planejando atacar soldados e assentamentos - isso é o Hamas”, afirmou Katz.
O ministro da defesa chamou a região da Judeia e Samaria de “o muro de proteção para a maioria da população do Estado de Israel”, dizendo: “precisamos garantir que também protegeremos o protetor”.
Ele disse que Israel descobriu evidências de que o Hamas também estava planejando atacar os assentamentos na Judeia e Samaria, internacionalmente conhecida como Cisjordânia.
“Descobrimos que o Hamas planejava atacar antes de 7 de outubro, tanto nos assentamentos de Samaria quanto ao longo da linha de junção, e estou falando com vocês sobre arquivos que foram apreendidos sobre esse assunto - tratamos isso como uma séria ameaça.”
Katz também se referiu à manobra antiterrorista em andamento, a Operação Iron Wall.
“A infraestrutura central do terrorismo na Judeia e Samaria são os campos de refugiados”, observou ele. “Há mais de dois anos, o Irã vem empurrando armas e financiamentos e direcionando-os para os campos para construir batalhões, para construir uma força e uma frente oriental contra os assentamentos e as comunidades da linha de junção, contra o Estado de Israel.”
Katz repetiu sua alegação de ter limpado vários campos de refugiados Palestinos no norte da Samaria.
“Hoje, o campo de refugiados de Jenin está vazio de residentes, e a IDF está dentro do campo”, afirmou Katz,” e eu disse a eles que não sairão de lá por pelo menos um ano. Os soldados e comandantes dizem que, finalmente, eles estão tendo permissão para fazer o que é necessário - e ficar lá significa que eles não precisam ficar indo e vindo.”
Em relação à Faixa de Gaza, o ministro da Defesa disse que Israel está “salvaguardando os interesses estratégicos do Estado de Israel, mesmo durante o cessar-fogo”.
“A IDF mantém uma zona de segurança definida em Gaza, incluindo postos avançados dentro do território além do que está posicionado do nosso lado, incluindo o Corredor Philadelphi”.
Katz disse que, ao visitar o corredor, ele viu túneis de infiltração, alguns já bloqueados e outros que partiam de Gaza para o lado Egípcio. Ele reiterou que as IDF não podem abandonar o Corredor Filadélfia devido à ameaça do contrabando.
“Uma vez que há túneis de infiltração, se você não controlar esse corredor, nesses 42 dias, tudo estaria cheio de armas. Digo isso de uma perspectiva de segurança, com base no conhecimento das pessoas e dos comandantes em campo.”
Os comentários de Katz foram feitos logo após a divulgação de um relatório do Wall Street Journal (WSJ) que afirmava que o Hamas está ativamente reconstruindo suas forças e se preparando para a retomada das hostilidades. O relatório concluiu que o Hamas está usando o período de cessar-fogo para deslocar homens e armas de pequeno porte para o norte de Gaza antes do suposto quase colapso do acordo de cessar-fogo.
De acordo com o relatório, o Hamas nomeou novos comandantes para sua ala militar, começou a mapear as áreas onde seus agentes ficarão estacionados em caso de conflito futuro e até mesmo começou a reformar alguns túneis danificados pela atividade das IDF na Faixa de Gaza.
Além disso, o grupo terrorista distribuiu folhetos informativos aos novos terroristas, muitos dos quais são homens mais jovens e adolescentes mais velhos, detalhando como usar as armas. Devido à impossibilidade de realizar treinamento, essas folhas de informações podem servir como a única preparação para alguns novos recrutas do Hamas antes de enfrentarem as tropas Israelenses.
O relatório do WSJ afirmou que os terroristas do Hamas têm procurado em edifícios dispositivos de escuta deixados para trás pelas IDF e estão monitorando Gaza em busca de possíveis espiões. O relatório também revelou que o Hamas criou uma unidade especial dedicada a detectar e combater as tentativas de infiltração Israelense.
O Hamas supostamente tem trabalhado para reutilizar materiais não detonados para fabricar novos dispositivos explosivos improvisados (IEDs), a serem usados em armadilhas em áreas onde se espera que as IDF operem.
Os preparativos ocorrem quando o atual acordo de cessar-fogo parece cada vez mais instável, mesmo com os mediadores trabalhando para estender o acordo. Se nenhum acordo for alcançado em breve, Israel e o Hamas poderão voltar à guerra na próxima semana.
