Steven Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, fala à mídia na Casa Branca, em 6 de março de 2025 (Foto: Chris Kleponis/CNP/INSTARimages)
Depois que o gabinete do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu divulgou uma declaração na noite de sábado, anunciando o envio de uma delegação a Doha, no Qatar, para participar de novas negociações de reféns e cessar-fogo, Steve Witkoff, enviado especial do Presidente dos EUA, Donald Trump, para o Oriente Médio, também deverá participar das discussões.
“Israel aceitou o convite dos mediadores apoiados pelos EUA e enviará uma delegação a Doha na segunda-feira, em um esforço para avançar nas negociações”, diz a declaração do Gabinete do Primeiro Ministro (PMO).
Israel se recusou a enviar uma equipe de negociação nas últimas semanas devido à falta de vontade do Hamas em estender a primeira fase do acordo de cessar-fogo e libertar mais reféns.
Na semana passada, o PMO divulgou uma declaração anunciando que Israel adotaria uma estrutura para uma extensão temporária do cessar-fogo durante o período do Ramadã e da Páscoa apresentada por Witkoff.
Essa proposta teria liberado metade dos reféns vivos e mortos no início da prorrogação, com a outra metade dos reféns vivos e mortos sendo liberada após a conclusão de um acordo de cessar-fogo permanente.
Depois que o Hamas anunciou sua rejeição à proposta, Israel interrompeu a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Pouco tempo depois, Witkoff adiou sua esperada viagem ao Oriente Médio, aparentemente devido à falta de negociações com Israel e o Hamas, que mantiveram suas posições.
O Egito, em uma tentativa de reiniciar as negociações juntamente com uma contraproposta para a reconstrução de Gaza, propôs uma extensão do cessar-fogo por duas semanas com a libertação de mais seis reféns, três vivos e três mortos. Essa proposta também foi rejeitada pelo Hamas.
Na quarta-feira, após a notícia de que os Estados Unidos estavam envolvidos em conversas diretas secretas com o Hamas sobre a libertação dos reféns, o Presidente Trump emitiu outro ultimato ao Hamas, dizendo: “Libertem todos os reféns agora - não mais tarde - e devolvam imediatamente todos os cadáveres das pessoas que vocês assassinaram, ou será o fim de vocês”.
No sábado, depois que o porta-voz do Hamas, Abd al-Latif al-Qanua, disse que o grupo tinha visto “indicadores positivos” em direção a uma extensão, durante as conversas com mediadores Egípcios e do Qatar, fontes do governo Israelense negaram qualquer progresso.
No entanto, na manhã de domingo, após o anúncio da partida da delegação, a Kan, emissora pública de Israel, informou que houve progresso, após conversas conduzidas pelo enviado de Trump, Adam Boehler, com o oficial sênior do Hamas, Khalil al-Hayya.
Enquanto isso, o canal de notícias Saudita, Al-Hadath, informou na noite de sábado que o Hamas concordou com a iniciativa Americana, que propõe estender a primeira fase do acordo de reféns em troca da libertação de vários reféns vivos, referindo-se aparentemente à chamada proposta Witkoff.
Essa informação veio junto com o relatório da Axios de que o próprio Witkoff está planejando viajar para Doha, no Qatar, na terça-feira, para participar das negociações.
Desde a manhã de domingo, a ajuda humanitária ainda está sendo retida nas travessias da fronteira de Gaza.