Soldados israelenses vistos no Posto Avançado de Mitzpe Shlagim, no topo do Monte Hermon, com vista para a Síria, em 12 de dezembro de 2024. (Foto: Michael Giladi/Flash90)
As forças de Israel têm mantido território no Monte Hermon, em território Sírio, desde dezembro passado, como proteção contra futuras agressões do novo regime Sírio ou de outras milícias armadas do país.
O Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu ordenou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) tomassem o pico mais alto do Monte Hermon após a queda do regime de Bashar al-Assad.
A posição estratégica proporciona uma visão geral da Síria, do Líbano e de partes da Jordânia, permitindo que Israel monitore qualquer tentativa de mover forças para a área de fronteira ou conduzir operações de contrabando através do terreno acidentado.
Desde então, a IDF estabeleceu postos no lado Sírio do Hermon, para monitorar a situação no sul da Síria e no sul do Líbano.
O Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse recentemente ao Jerusalem Post que a presença das IDF protege Israel das ameaças da Síria, do Hamas e do Irã.
“Há uma série de ameaças”, disse Katz. “Esse regime é um regime Jihadista. Ele colocou uma máscara, mas depois tirou a máscara.”
Katz enfatizou que, embora Israel não tenha reivindicações territoriais sobre a área, ele tomou o território como uma zona de proteção devido à preocupação de que o Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) pudesse agir de acordo com suas ameaças anteriores de atacar Israel.
O ministro da Defesa também observou as tentativas do Irã e do Hezbollah de contrabandear armas para as unidades do Hezbollah através da área da fronteira sul, onde o novo regime não tem muita presença.
Netanyahu, sobre o lado Sírio do Monte Hermon
Além das ameaças representadas pelo Hezbollah e pelo HTS, Israel também está preocupado com a ameaça Palestina, disse Katz ao JPost.
Há aproximadamente 450.000 Palestinos na Síria, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), muitos deles localizados no sul da Síria. Embora a maioria dos Palestinos na Síria tenha pouco interesse em Israel, o ministro da Defesa advertiu que o Hamas ou outros grupos terroristas poderiam tentar recrutar combatentes dentro da comunidade de refugiados de lá.
Israel também está usando sua posição no Monte Hermon para proteger as comunidades Drusas próximas à fronteira.
Apesar do recente acordo assinado entre os Drusos e o novo governo, Israel continua preocupado com a possibilidade de massacres contra as comunidades Drusas, semelhantes aos recentes ataques aos Alawitas no oeste da Síria.
A comunidade Drusa concordou com o acordo após um acordo separado entre as Forças Democráticas da Síria (SDF) lideradas pelos Curdos no nordeste do país.
Dado o histórico jihadista radical de grande parte do novo governo e seu histórico de massacres contra Muçulmanos não Sunitas e outras minorias, incluindo Cristãos, Israel declarou que manterá um olhar atento sobre os Drusos.
Além disso, Israel se comprometeu a oferecer empregos aos membros da comunidade Drusa da Síria por meio de um programa piloto criado para oferecer apoio econômico e fortalecer os laços entre os Drusos e o governo Israelense.
Na noite de segunda-feira, caças da Força Aérea de Israel atacaram instalações militares no sul da Síria, informou a IDF na terça-feira.
Os militares afirmaram que a operação teve como alvo radares e sistemas de detecção usados para a coleta de informações aéreas no sul da Síria. Além disso, também foram atingidos centros de comando e instalações militares que abrigavam armas e equipamentos pertencentes ao regime da Síria na região.
De acordo com relatos da Síria, esses foram alvos militares do antigo regime (Assad) nas aldeias de Jabab e Izra, localizadas na província de Dara'a, no sul da Síria. Israel considerou os alvos como uma ameaça direta tanto à sua segurança quanto às comunidades Drusas que se comprometeu a proteger.
“A presença desses recursos no sul da Síria representava uma ameaça ao Estado de Israel e às atividades da IDF. Esses alvos foram atingidos para eliminar ameaças futuras”, disse o porta-voz da IDF.
